Imigração
29 setembro 2024 às 00h22
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André Ventura insiste que “as ruas ainda são nossas”

Líder do Chega radicaliza o seu discurso contra “flagelo”, apelando a participar na manifestação.

O presidente do Chega, André Ventura, fez neste sábado um último apelo nas redes sociais à participação naquilo que conta ser “a maior manifestação de sempre contra a imigração descontrolada”, que vai sair neste domingo, às 15h30, da Alameda D. Afonso Henriques para a Praça do Martim Moniz. Depois de ter garantido a inscrição de mais de três mil pessoas, que se deslocam a Lisboa em autocarros provenientes de todas as capitais de distrito, o líder partidário quis reforçar a mobilização para o evento com que espera provar que o resultado nas eleições europeias foi apenas um acidente de percurso após os 18,07% nas legislativas.

“Em defesa de um país que ainda é nosso, em defesa de um país que nos pertence”, o líder partidário optou por radicalizar o discurso, incitando os apoiantes a participarem na manifestação “sem medo, sem receio e com firmeza,  porque as ruas ainda são nossas e porque Portugal ainda nos pertence”.

No combate a uma imigração que “continua a ser um flagelo”, citando notícias sobre detenções de imigrantes ilegais, o líder do Chega fez uma advertência: “Sei que muitos vão tentar boicotar-nos, atacar-nos e provocar-nos.”
Na quinta-feira, o líder partidário pediu às autoridades para não permitirem o que disse ser uma “contramanifestação” destinada a provocar confrontos, apelando aos líderes do PS e Bloco de Esquerda para não promoverem esse evento. Em causa está o “Não Passarão”, convocado para hoje, às 15.00, no Largo do Intendente, por um conjunto de coletivos que se manifestam “contra o racismo, o fascismo e a islamofobia”. Visto que a manifestação convocada pelo Chega descerá a Avenida Almirante Reis, os participantes nos dois protestos ficarão muito próximos, mas a PSP garante estar preparada para que não haja confrontos.

Entre os que se irão manifestar “contra a imigração descontrolada e a insegurança nas ruas” estarão elementos ligados aos movimentos extremistas Grupo 1143 e Reconquista. Os primeiros estipularam que a presença “é da responsabilidade individual de cada um”, pedindo que não se use artigos, ou qualquer espécie de itens associados ao 1143. Também André Ventura disse que todos, “de esquerda, de direita e de centro”, serão bem-vindos se não trouxerem símbolos de outras organizações e cumprirem a lei e as regras da organização.