Renato Sanches, 26 anos, era um regresso muito aguardado ao Benfica, embora com algumas cautelas devido aos problemas físicos e de lesões que o médio tem sofrido nos últimos anos. Mas a história dos jogadores que retornam a casa, neste caso ao clube da Luz, ao longo da história, tem sido marcada na maioria dos casos por algum sucesso.
O exemplo mais recente foi o de Di María na época passada. O extremo voltou ao Benfica 13 anos depois, chegando com o estatuto de campeão do Mundo pela Argentina. E na época passada, apesar de o clube ter falhado o título, deixou boas indicações, com 17 golos em todas as provas e ainda 14 assistências. Falhou o título de campeão nacional, mas conquistou a Supertaça. Esta temporada vai continuar na Luz.
Antes do argentino houve o caso de Gonçalo Guedes. Transferido em janeiro de 2017 para o PSG, depois de uma temporada e meia de grande nível na Luz, o avançado haveria de regressar por empréstimo em 2022/23 e metade da época passada. Mas prejudicado por lesões não foi feliz a nível individual. Mesmo assim celebrou um título de campeão.
O próprio presidente do Benfica também viveu um regresso emocionado ao clube. Rui Costa deixou a Luz ainda jovem, com destino à Fiorentina, e por Itália ainda espalhou o perfume do seu futebol no AC Milan. Em 2006 decidiu voltar a casa e ainda vestiu a camisola encarnada duas temporadas. Mas não conseguiu repetir o título de 1993-94, nem ganhou qualquer troféu.
Antes de Rui Costa houve um outro regresso mediático ao Benfica. Nuno Gomes, que em 2000 se transferiu para a Fiorentina, acabou por regressar dois anos depois para permanecer mais nove temporadas de vermelho. Um espaço temporal onde ganhou dois campeonatos, uma Taça de Portugal, três Taças da Liga e uma Supertaça.
Voltando mais atrás no tempo, a década de 1990 marcou o regresso ao Benfica de três brasileiros que ainda hoje estão entre os melhores estrangeiros que passaram pelas águias. Falamos de Mozer, Ricardo Gomes e Valdo. O primeiro ainda jogou três épocas na Luz (entre 1992 e 1995) após uma passagem pelo Marselha. O também central Ricardo Gomes voltou para fazer uma última época (1995-96) após quatro temporadas no PSG. E o maestro Valdo, também proveniente do Paris Saint-Germain, ainda esteve na Luz duas épocas (de 1995 a 1997). Mas só Mozer se sagrou campeão nacional (1993-94).
Outro regresso histórico foi protagonizado por Rui Águas, este envolvendo até questões sentimentais devido à ligação do pai ao Benfica. O avançado protagonizou em 1988 uma das transferências mais polémicas do futebol português, quando trocou o Benfica pelo FC Porto. Dois anos depois voltou à Luz, a tempo de conquistar dois campeonatos.
Mais antigos são os casos de Humberto Coelho, João Alves e Fernando Chalana, históricos que também regressaram depois de experiências no estrangeiro. O Luvas Pretas saiu para o PSG, mas ficou em Paris só uma época. No regresso, entre 1980 e 1983, ganhou dois campeonatos e duas Taças de Portugal.
O central também andou pelo PSG e ainda foi fazer uma perninha aos EUA antes de voltar ao Benfica em 1977 e terminar a carreira nove temporadas depois - conquistou três campeonatos, quatro Taças de Portugal e uma Supertaça.
Já Fernando Chalana não foi tão feliz, O pequeno genial trocou o Benfica pelo Bordéus (esteve três temporadas em França) e voltou em 1987, mas sem o brilhantismo da primeira passagem - ainda ganhou um campeonato nacional em 1988-89.
Será agora a vez de Renato tentar prosseguir as histórias felizes de regressos de jogadores marcantes ao Benfica, ele que ontem realizou e passou nos testes médicos e ultimou os pormenores do contrato de um ano de empréstimo ao clube da Luz pelo PSG. Seguiu ontem com a comitiva do Benfica para o Algarve (há jogo esta noite diante do Fulham), mas a sua possível utilização está dependente da oficialização do acordo entre as águias e o PSG.