Estados Unidos
28 junho 2024 às 19h12
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Biden admite que não debate tão bem quanto antes, mas garante: "Sei como fazer este trabalho"

Presidente norte-americano em exercício reage ao debate com Trump e diz que sabe "como fazer as coisas"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deixou claro nesta sexta-feira que tem toda a intenção de permanecer na corrida à Casa Branca, apesar de um desempenho considerado desastroso no primeiro debate contra Donald Trump, o que provocou pânico entre os democratas.

"Não ando tão facilmente como costumava andar, não falo tão suavemente como costumava falar, não debato tão bem como costumava debater, mas sei o que sei - sei como dizer a verdade", disse Biden num comício repleto de apoiantes ruidosos na Carolina do Norte.

E acrescentou: "Sei distinguir o certo do errado. Sei como fazer este trabalho. Sei como fazer as coisas. Sei, como milhões de americanos sabem, que quando somos deitados abaixo, voltamos a levantar-nos".

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Nesta sexta-feira, Biden proferiu as frases que os seus apoiantes desejavam que ele tivesse produzido no debate televisivo, numa altura em que faltam pouco mais de quatro meses para as eleições.

"Viram o Trump ontem à noite? O meu palpite é que ele estabeleceu um novo recorde para o maior número de mentiras contadas num único debate", disse Biden.

"Não me candidataria novamente se não acreditasse, de alma e coração, que posso fazer este trabalho porque, francamente, os riscos são demasiado elevados. Donald Trump é uma ameaça genuína para esta nação. É uma ameaça à nossa liberdade. É uma ameaça para a nossa democracia. Ele é literalmente uma ameaça para tudo o que a América representa".

Entre os apelos recentes para que Biden se afaste está o de Thomas Friedman, um colunista do New York Times que é próximo do presidente. "Joe Biden, um bom homem e um bom presidente, não tem nada que se candidatar à reeleição", disse ele, descrevendo o debate como "desolador". "É altura de ele manter a dignidade que merece e sair de cena no final deste mandato."

À medida que o choque com a fraca prestação de Biden se registava entre os democratas, foi crescendo a conversa sobre como poderia funcionar o processo para encontrar um novo candidato antes da convenção do partido em agosto.

Até ao momento, nenhuma figura democrata de topo apelou publicamente a Biden para que se retirasse, com a maioria a seguir a linha do partido sobre a manutenção do bilhete existente.

"As más noites de debate acontecem", escreveu o antigo chefe de Biden, Barack Obama, no X, antigo Twitter. Mas esta eleição "continua a ser uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns durante toda a sua vida e alguém que só se preocupa consigo próprio. Entre alguém que diz a verdade; que sabe distinguir o certo do errado ... e alguém que mente com todos os dentes para seu próprio benefício. A noite passada não mudou isso, e é por isso que há tanto em jogo em novembro", acrescentou Obama.

Os analistas dizem que forçar uma mudança de nome no boletim de voto seria politicamente complicado, e Biden teria de decidir retirar-se para dar lugar a outro candidato antes da convenção do partido.