Economia
09 fevereiro 2024 às 07h04
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Rendimento real das famílias em queda

Portugal está entre os 11 países da OCDE que registaram quebras no rendimento real per capita dos agregados no 3.º trimestre de 2023. Espanha apresenta a maior descida, devido à subida de impostos.

O rendimento real per capita das famílias portuguesas caiu 0,28% no terceiro trimestre do ano passado em comparação com os três meses anteriores. Trata-se de uma quebra ligeiramente acima da média da OCDE, que foi de 0,2% neste período, interrompendo o ciclo de crescimento dos quatro trimestres anteriores, revelou ontem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. O índice em Portugal baixou de 110,80 no segundo trimestre para 110,49 no terceiro, indicam os dados. Já na comparação homóloga, o índice cresceu face aos 106,45 registados no terceiro trimestre de 2022. 

Este indicador da OCDE avalia o bem-estar económico das populações, aferindo o poder de compra através da evolução do rendimento disponível das famílias proveniente de salários, pensões, prestações sociais e investimentos, descontados os impostos e contribuições sociais pagos, e tendo em conta o efeito da inflação. 

A OCDE divulga também o PIB per capita e, neste capítulo, em Portugal, o indicador registou um decréscimo de 0,26% no terceiro trimestre de 2023 face ao trimestre precedente, fixando-se em 114,79, abaixo da média da OCDE, que foi de um crescimento de 0,3%. 

Em relação ao trimestre homólogo, ou seja, entre julho e setembro de 2022, Portugal regista uma melhoria de 1,82%, com o índice a fixar-se em 112,97. 

Dos 21 países da OCDE com dados disponíveis, dez registaram decréscimos no rendimento real per capita da famílias, observa a organização. Espanha destaca-se pela negativa, sendo o país que apresentou a maior contração entre julho e setembro do ano passado, de 2,1% para 97,61, devido ao “aumento dos impostos sobre o rendimento e a riqueza”, lê-se na nota da OCDE. No entanto, comparando o índice com o período homólogo houve uma subida de 5,1%.

Além dos espanhóis, as maiores quebras trimestrais registaram-se na Áustria, com menos 1,31%, e na Irlanda, com menos 0,95%. 

Os outros onze países que apresentaram dados registaram subidas do índice. Aquele que evoluiu mais favoravelmente foi a Hungria, com um aumento de 5,5%, em resultado do “forte crescimento das remunerações dos trabalhadores, do rendimento de quem trabalha por conta própria e dos rendimentos prediais”, lê-se na nota da OCDE. Segue-se a Polónia, com uma subida de 2,91%, e Itália, com um aumento 1,45% no índice, pelas mesmas razões da Hungria, sublinha a organização. 

Na maior economia da Europa, a Alemanha, o rendimento real das famílias per capita caiu 0,6% e o PIB per capita baixou 0,1% pelo quarto trimestre consecutivo. França registou também uma quebra de 0,1% em ambos os indicadores.

carla.ribeiro@dinheirovivo.pt

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