Rebecca Cheptegei
05 setembro 2024 às 08h04
Leitura: 3 min

Atleta do Uganda morre após ter sido regada com gasolina e incendiada pelo namorado

Cheptegei, de 33 anos, sofreu queimaduras em 80 por cento do corpo, após ter sido encharcada com gasolina e incendiada pelo namorado no domingo.

A atleta olímpica ugandesa Rebecca Cheptegei morreu depois de ter sido incendiada pelo namorado no Quénia, anunciou esta quinta-feira o responsável do Comité Olímpico do Uganda.

“Soubemos do triste falecimento da nossa atleta olímpica Rebecca Cheptegei... após um ataque cruel do namorado”, disse Donald Rukare numa publicação no X.

Cheptegei, de 33 anos, sofreu queimaduras em 80 por cento do corpo, disse o chefe interino do Hospital de Ensino e Referência Moi (MTRH), na cidade de Eldorect, no Vale do Rift, onde estava a ser tratada, disse aos jornalistas na terça-feira. "Todos os seus órgãos falharam ontem à noite", disse um médico do local à AFP na quinta-feira.

A polícia disse que um homem chamado Dickson Ndiema Marangach, identificado como seu companheiro, terá encharcado Cheptegei com gasolina antes de a incendiar num ataque no domingo à sua casa em Endebess, no condado ocidental de Trans-Nzoia.

O incidente ocorreu poucas semanas depois de Cheptegei ter participado na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris, onde ficou em 44º lugar.

Os meios de comunicação quenianos informaram que uma das filhas de Cheptegei testemunhou o ataque na casa da mãe. “Ele deu-me um pontapé enquanto eu tentava correr para resgatar a minha mãe”, afirmou ao The Standard, do Quénia. “Gritei logo por socorro, atraindo um vizinho que tentou apagar as chamas com água, mas não foi possível”, contou a menina, que não foi identificada.

Marangach também ficou ferido no incidente, sofrendo queimaduras em 30% do corpo.

O ataque ocorre dois anos depois de o atleta queniano Damaris Mutua ter sido encontrado morto em Iten, um centro de corridas mundialmente famoso no Vale do Rift.

Em 2021, a fundista queniana recordista Agnes Tirop, de 25 anos, foi encontrada morta à facada na sua casa em Iten, em 2021. O seu ex-marido está a ser julgado pelo seu homicídio, mas negou as acusações.

Os últimos números do Gabinete Nacional de Estatísticas do Quénia, publicados em Janeiro de 2023, revelaram que 34 por cento das mulheres do país sofreram violência física desde os 15 anos de idade.