O Euro2024 acabou para Portugal ao quinto jogo, nos quartos de final, num duelo que só foi decidido no desempate por grandes penalidades após o 0-0 no prolongamento. Na lotaria dos 11 metros, a França não desperdiçou nenhum castigo máximo e João Félix atirou ao poste. Foi a diferença num jogo equilibrado, onde as duas seleções se respeitaram, nem sempre arriscaram, e onde Ronaldo ficou demasiado tempo em campo sem Martínez ter coragem para o tirar. O jogo podia ter tido um final diferente, mas Nuno Mendes em cima dos 120 minutos permitiu a defesa de Maignan.
Não foi por este jogo, em que a exibição até foi bastante boa em determinados momentos, mas Portugal deixa a Alemanha com alguns aspetos para repensar, com erros de aprecição de Roberto Martínez em certos jogos e alguns jogadores em subrendimento, sendo Ronaldo o caso mais flagrante. Os balanços ficam para mais tarde, mas a verdade é que a seleção fechou a participação neste Europeu com o terceiro jogo consecutivo sem marcar, algo que nunca antes tinha acontecido em fases finais de grandes torneios. Fica por isso a ideia de que esta geração podia ter chegado mais longe.
Havia alguma expectativa em torno deste duelo, pois tal como Portugal (à exceção do jogo com a Turquia), também a França nunca tinha mostrado nos jogos anteriores ser aquela grande potência do passado. Mas num jogo que podia cair para um ou outro lado, os franceses acabaram por ter mais sorte e seguir para as meias-finais, onde vão defrontar a Espanha.
Roberto Martínez apresentou precisamente o mesmo onze que atuou na partida dos oitavos de final frente à Eslovénia. Algo que já tinha ficado mais ou menos subentendido na véspera, quando o selecionador disse que ser previsível fazia parte, apesar de no duelo dos oitavos alguns jogadores terem estado abaixo das expectativas. Na equipa francesa, duas alterações. Privado de Rabiot no meio-campo, Deschamps apostou em Camavinga, e no ataque colocou Kolo Muani no lugar de Marcus Thuram.
Como esperado, nenhuma das seleções quis entrar a arriscar, por isso a primeira parte foi jogada a um ritmo lento, com demasiado calculismo de parte a parte e as duas seleções mais preocupadas em não cometer erros. O primeiro remate só surgiu aos 16’, por Bruno Fernandes, com a bola a sair ao lado após desviar em Saliba. O jogo animou um pouco e, aos 20’, Diogo Costa teve que se aplicar para travar um remate de Theo Hernández.