As autoridades libanesas elevaram a 274 mortos, incluindo 21 crianças e 39 mulheres, as vítimas dos bombardeamentos israelitas desta esta segunda-feira no sul e leste do Líbano, número sem precedentes desde o início das hostilidades entre o Estado judaico e o grupo xiita Hezbollah.
Firass Abiad, ministro da Saúde libanês, referiu que “milhares de famílias das áreas visadas foram deslocadas”. Entre os mortos incluem-se ainda duas equipas de resgate, com outros 16 trabalhadores de emergência feridos, acrescentou, revelando ainda que “duas ambulâncias, um camião de bombeiros e um centro médico foram atacados”.
Os ataques, no dia mais violento desde o agravamento do conflito, há quase um ano -- em paralelo com a guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas -, estão esta segunda-feira a forçar centenas de libaneses a fugir.
"Centenas de pessoas chegaram" a uma escola que acolhe pessoas deslocadas na cidade de Tiro, disse Bilal Kachmar, um funcionário da agência de gestão de catástrofes, enquanto outras estão "acampadas na rua".
Centenas de carros que transportavam famílias ficaram presos em engarrafamentos em Saida, a maior cidade do sul, segundo a agência noticiosa francesa AFP.
O Governo libanês mandou encerrar escolas nas regiões visadas por Israel, hoje e na terça-feira, mas ordenou entretanto a abertura de alguns estabelecimentos escolares e institutos em diferentes partes do país para atender ao "processo de deslocamento em massa" dos moradores do sul do Líbano.
Esta medida, tomada "a fim de garantir a segurança dos cidadãos libaneses" face à campanha maciça de bombardeamentos israelitas, afeta várias regiões do país, como o vale de Bekaa (leste), Baalbek-Hermel (nordeste), Tiro (sudoeste), Tripoli (noroeste) e a capital, Beirute, entre outras.
Desde o início da manhã de hoje, Israel tem vindo a lançar intensos bombardeamentos contra diferentes zonas do sul do Líbano e também no Vale de Bekaa, no leste do país.
O exército israelita deu duas horas aos moradores do Vale de Bekaa para abandonarem as áreas próximas a edifícios usados pelo grupo xiita pró-iraniano Hezbollah, antes de lançar novos ataques na região.
O porta-voz do exército, Daniel Hagari, disse numa conferência de imprensa que Israel está a preparar-se "para atacar alvos terroristas no Vale de Bekaa num futuro próximo".
"O que se vê agora no sul do Líbano são armas do Hezbollah a explodir dentro das casas. Em todas as casas que atacámos hoje havia foguetes, 'drones' e mísseis, destinados a matar civis israelitas", avisou Hagari, que já hoje tinha ordenado a saída dos residentes de outras zonas do sul e do leste do país vizinho.