OE2025
23 setembro 2024 às 12h25
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Pedro Nuno Santos: "Não é por causa do PS que não haverá orçamento"

Secretário-geral do PS garante que o partido esteve sempre disponível para negociar o Orçamento do Estado e diz mais: "Só haverá eleições antecipadas se o Governo e o Presidente da República quiserem".

O secretário-geral do PS afirmou esta segunda-feira que o partido está disponível para viabilizar o Orçamento do Estado (OE) para 2025, mas para que tal aconteça é necessário que haja cedências por parte do Governo. Garantiu ainda que não será por causa do PS que não haverá orçamento. 

"Nós estamos disponíveis para viabilizar um OE do PSD. Obviamente isso implica cedências por parte do Governo. Nós vamos dizer onde queremos que essas cedências sejam feitas", disse Pedro Nuno Santos, que remeteu mais detalhes para a reunião que tem agendada para esta sexta-feira com o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Pedro Nuno Santos preferiu não revelar quais são as cedências que quer ver por parte do Executivo. "Não é correto, do ponto de vista da boa fé negocial, estar a anunciar publicamente as propostas que vamos apresentar ao Governo", justificou o secretário-geral do PS aos jornalistas, durante uma visita às zonas afetadas pelos incêndios em Oliveira de Azeméis.

Ainda assim, Pedro Nuno Santos fez questão de "deixar claro" que "não é por causa do PS que não haverá orçamento". "Só não haverá orçamento se o Governo não quiser e só haverá eleições antecipadas se o Governo ou se o senhor Presidente da República quiserem", frisou. 

Estas declarações surgem um dia depois de ter sido divulgado um comunicado do primeiro-ministro, no qual Luís Montenegro afirmou que estava a tentar marcar uma reunião com o secretário-geral do PS sobre o OE desde 4 de setembro, falando numa "indisponibilidade recorrente” de Pedro Nuno Santos.

Numa nota, os socialistas refutaram a acusação, dizendo que foi o Executivo a desmarcar uma reunião agendada para a semana passada, "depois do PS ter exigido que da mesma fosse dado conhecimento público prévio". 

Após a troca de acusações, foi anunciada a reunião de sexta-feira (27 de setembro), às 15:00, entre Pedro Nuno Santos e Luis Montenegro. 

Já esta segunda-feira, o líder socialista dsse não querer "alimentar esta polémica, nem contribuir para a provocação infantil que o Governo acabou por fazer ontem [domingo]". 

À margem da visita às zonas afetadas pelos incêndios, Pedro Nuno Santos lembrou que o PS esteve "sempre disponível para negociar". "Tanto assim é que a reunião que se vai realizar na sexta-feira é numa data que já tínhamos proposto", afirmou. 

"O Governo decidiu confirmar a reunião logo a seguir a ter enviado um comunicado em que se queixava da indisponibilidade do PS", salientou Pedro Nuno Santos, referindo ainda que o comunicado do primeiro-ministro revela "uma falta de vontade de negociar e de criar um bom ambiente negocial". 

Pedro Nuno Santos disse "lamentar profundamente" o comunicado enviado no domingo pelo gabinete do primeiro-ministro e explicou que o PS só enviou um comunicado "apenas para se defender e repor a verdade. Foi apenas para isso".

Esclareceu que “não é verdade" que o PS tenha recuado em relação a uma reunião da semana passada. "O Governo não quis que fosse dada comunicação prévia dessa reunião e, para nós, é essencial que qualquer reunião que venha a acontecer entre as delegações do PS e o Governo, entre o secretário-geral do PS e o primeiro-ministro sejam do conhecimento público prévio. É muito importante até para que nós não tenhamos de ouvir de adversários políticos que o PS e o Governo estão a fazer reuniões secretas. Não há, nem pode haver reuniões secretas“, enfatizou.