Foi uma decisão de “agora ou nunca” que levou Rúben Amorim a decidir mudar-se para o Manchester United. Ao fim de vários dias de silêncio, o ainda treinador do Sporting explicou todo o processo e tudo o que se passou desde que Erik ten Hag foi despedido do comando dos red devils.
Na sala de imprensa, após o jogo com o Estrela da Amadora, que o Sporting venceu por 5-1, Rúben Amorim começou por revelar que, no início da época, falou com o presidente, Frederico Varandas, e Hugo Viana, diretor-desportivo (que também abandonará o clube, mas só no final da época e para o Manchester City), em que assumiu que seria a última temporada a comandar os leões.
Rúben Amorim revelou que esta “não foi a primeira vez” em que um clube pagou a sua cláusula de rescisão. O que mudou? “Foi o primeiro clube que mexeu comigo. Eu pedi que fosse só no final da época, mas disseram-me que não podia ser, que era agora ou nunca. Tive três dias para ter uma decisão que muda radicalmente a minha vida, e decidi sabendo que não haveria a mesma oportunidade daqui a sete meses. Sei que vou arriscar, mas eu quero aquele contexto. É igualzinho àquele que encontrei quando cheguei ao Sporting. Não foi pelo dinheiro, porque não é o dinheiro que muda a minha vida, houve propostas em que ia ganhar três vezes mais.”
Assumindo ainda na flash interview que “esta não foi uma semana normal” e que o período à frente do Sporting foi “o melhor” da sua vida, Rúben Amorim admitiu que a ovação dos 41 mil adeptos presentes em Alvalade o “comoveu muito”.
Sobre a transição para Inglaterra, Rúben Amorim não revelou quem segue consigo, falando apenas no "staff" que o acompanha desde os tempos do Casa Pia. "Sempre foi uma das condições", reiterou.
Mantendo-se no clube até dia 11 de novembro (data em que assumirá funções no United), Rúben Amorim garantiu ficar no Sporting "com todo o gosto", não deixando "os jogadores na mão". Já sobre a alegada revolta dentro do balneário e a contestação dos atletas, o treinador afirmou que apenas os sentiu "mais ansiosos, porque não sabiam com o que contar".
Reiterando sempre que ainda há dois jogos pela frente (face ao Manchester City, para a Liga dos Campões, e frente ao Braga, para o campeonato), o treinador de 39 anos deixou uma garantia aos adeptos leoninos: “O Gyökeres custa 100 milhões de euros [valor da cláusula de rescisão]. Não venho buscar nenhum jogador ao Sporting em janeiro”. E treinar um dos rivais é hipótese no futuro? “Não me parece que volte a Portugal tão cedo.”