Os Estados Unidos ocupam cerca de metade da área da Rússia, são ligeiramente maiores do que a China e têm mais do dobro da superfície da União Europeia. Em termos de população são apenas batidos por Índia e China, mas se juntarmos a União Europeia a esta equação, a população dos seus 27 países (449 milhões) bate os seus cerca de 342 milhões de residentes.
Enquanto americanos e europeus surgem como tradicionais aliados, veja-se por exemplo, a NATO ou o G7, o mesmo já não sucede com russos e chineses, que tentam desafiar o papel de influenciador mundial ocupado há décadas pelos Estados Unidos.
Para Michael Beckley, professor associado de Ciência Política na Universidade Tufts e autor do livro Inigualável: Por que a América continuará a ser a única superpotência do mundo, uma das razões para os Estados Unidos serem o país mais poderoso é o facto de terem “uma enorme liderança nas medidas mais importantes do poder nacional. A China é o único país que chega perto, e a América ainda tem três vezes a riqueza da China e cinco vezes as suas capacidades militares. Essa lacuna levaria décadas a ser colmatada, mesmo que as coisas corressem mal para os Estados Unidos”. Outra razão, é que “as coisas provavelmente não correrão mal para os Estados Unidos, pelo menos relativamente falando, porque têm as melhores perspetivas de crescimento económico a longo prazo entre as grandes potências”.
Na mesma entrevista à Tufts Now, este analista refere ainda que “geograficamente, os Estados Unidos são um centro económico natural e uma fortaleza militar. Estão repletos de recursos e têm mais artérias económicas, como vias navegáveis e portos, do que o resto do mundo combinado. Os seus únicos vizinhos são o Canadá e o México. A China, pelo contrário, consumiu os seus recursos e está cercada por 19 países, muitos dos quais são hostis ou instáveis, e dez dos quais ainda reivindicam partes do território da China como suas”.
Quanto à Rússia, Beckley lembra que Moscovo “ameaça muitos interesses dos EUA - ameaça aliados dos EUA, apoia adversários dos EUA como o Irão e a Síria, assassina defensores pró-democracia, intromete-se em eleições (…) mas a Rússia não está preparada para se tornar uma superpotência rival como era a União Soviética”.
Mas esta publicitada superioridade norte-americana, comparada aos grandes blocos mundiais como a China, Rússia e a aliada UE, acaba por não ser total, como demonstram os números em algumas áreas.