Quem disse que não há justiça no futebol? Até pode acontecer mas não foi o caso no Campeonato da Europa que este domingo chegou ao fim em Berlim. A Espanha de Luis de la Fuente mostrou desde o primeiro jogo que era a melhor equipa em prova e comprovou-o na decisão frente à Inglaterra, ganhando por 2-1, graças a dois golos “criados” no País Basco, apontados Nico Williams (Athletic Bilbao) e Oyarzabal (Real Sociedad). O troféu foi para a casa que o mais justificou recebê-lo e Rodri acabou eleito o melhor jogador da competição.
Depois de uma curta cerimónia de encerramento com a interpretação do tema oficial da prova e do antigo internacional italiano Chiellini ter transportado o troféu até ao relvado, as duas seleções subiram ao relvado para a decisão- Do lado espanhol, Luis de la Fuente, previsivelmente, não mexeu na sua equipa-tipo, com Dani Olmo de novo na vaga deixada em aberto pela lesão de Pedri no jogo dos quartos e Dani Carvajal e Le Normand de regresso após cumprirem castigo. Do outro lado, e em relação à partida das meias, Southgate manteve a ideia de jogo com Luke Shaw a surgir no onze inicial como defesa esquerdo – o lateral esteve lesionado durante os últimos meses e só contabilizara 42 minutos na competição.
De resto, no arranque da partida as duas equipas foram fieis ao que fizeram ao longo do Europeu: a Espanha mais ofensiva, sem receio de assumir as operações, com Nico Williams muito ativo no flanco esquerdo tentando aproveitar alguma indefinição na forma de defender dos britânicos, a Inglaterra cautelosa e mais fechada atrás.
Tudo isto resultou numa primeira parte que não fica na história. Equipas encaixadas, muito mais posse para a Espanha (66-34) mas oportunidades de golo nem vê-las. Foi aliás preciso esperar pelo primeiro minuto da compensação para surgir algo parecido com um lance de perigo: na sequência de um livre lateral a favor dos ingleses, a bola sobrou para o segundo poste onde estava Phil Foden sem marcação. Mas o remate efetuado em condições complicadas foi na direção de Unai Simón que não teve problemas em defender e foi o que se viu em termos ofensivos. Até aí, alguns cantos (novamente com grande vantagem para a “Roja” (6-1), e uns quantos remates bloqueados (um deles em boa posição de Kane, depois de Bellingham roubar a bola ao seu colega Dani Carvajal, a que Rodri se opôs bem) mas nada de particularmente emocionante, nem quando Nico Williams se juntou a Yamal (que com 17 anos e um dia superou Pelé como mais jovem a disputar uma grande final) na direita.