Alexandra Oliveira passou anos na rua, entre trabalhadoras sexuais. Ouviu, como elas e com elas, os insultos diários, os enxovalhos. Ouviu-as falar da família, conheceu os maridos, companheiros, filhos, viu-as recusar clientes, sexo sem preservativo, negociar, impor regras. Entrou nas pensões, nos apartamentos, entrevistou centenas de profissionais - mulheres cisgénero e transgénero, travestis, homens. Disso fez as suas teses de mestrado e doutoramento em psicologia, artigos científicos e intervenções em congressos e colóquios; disso fez também uma das suas causas, a da legalização do trabalho sexual em Portugal.