A mudança que o novo Governo se prepara para fazer nas regras do IRS para os jovens até aos 35 anos de idade beneficia, em comparação com o IRS Jovem atualmente em vigor, apenas os salários mais altos. De acordo com simulações feitas pela consultora EY para o DN/DinheiroVivo, o benefício para um jovem solteiro sem dependentes com um rendimento bruto mensal de mil euros (ou 14 mil euros anuais), só supera o do regime em vigor no quinto ano, ou seja, no último da sua aplicação, partindo do pressuposto que aderiu em 2024 (ver infografia). No conjunto dos cinco anos, mostram os números, a medida prevista no programa do Governo da Aliança Democrática (AD) representa menos 117 euros de benefício do que o IRS Jovem do anterior Executivo PS.
Já para um jovem com um rendimento bruto mensal de dois mil euros (28 mil euros anuais) há uma perda no primeiro ano face às regras em vigor em 2024 (de 918 euros), mas em todos os restantes quatro anos há ganhos. No total dos cinco anos que dura o IRS Jovem socialista, o benefício fiscal da proposta da AD é superior em 3842 euros.
Anabela Silva, fiscalista da EY, ressalva que os cálculos foram feitos com base na redação da medida que consta do programa de Governo, que foi entregue na quarta-feira no Parlamento, e que prevê “uma redução de dois terços nas taxas de 2023, tendo uma taxa máxima de 15% aplicada a todos os jovens até aos 35 anos, com exceção do último escalão de rendimentos”.